Esta poesia foi a minha primeira a ser divulgada publicamente e é protagonista de uma história que eu acho muito interessante.
Um grande amigo meu, sabendo que eu gostava de escrever poesias, me informou que haveria um concurso de poesias no CEFET/RJ. Como ex-aluno do curso técnico industrial em eletrônica naquela instituição, fiquei muito tentado a participar. Só que o prazo de entrega das poesias para a seleção das melhores já havia terminado quando finalmente pude entregar o material para julgamento. A comissão julgadora, entretanto, gostou tanto da minha poesia que resolveu me inserir no contexto das campeãs.
A antologia com as poesias vencedoras, que deveria sair com as 20 melhores, acabou saindo com 21 poesias. E, por força do destino, que ordenou tal antologia em seqüencia alfabética, minha poesia foi posicionada na primeira página. Embora as colocações relativas não tenham sido divulgadas, fiquei com aquele gostinho de vitória e primeiro lugar durante algum tempo. A antologia, e conseqüentemente as poesias selecionadas, foram registradas no MEC. No dia 22 de Novembro de 1990 foi realizada uma apresentação ao público que compareceu ao auditório do CEFET/RJ.
A primeira versão desta poesia foi feita no dia 23 de Dezembro de 1989, sofrendo duas alterações mínimas no seu conteúdo até chegar à sua forma final, no dia 5 de Maio de 1990.


Amantes

    Silêncio.
        Finalmente estão sozinhos, sem receios.
    Olhares.
        Pensamentos fugazes permeiam o ambiente.
    Sentimentos.
        Excitados pela paixão, ferve-lhes o sangue.
    Beijos.
        Lábios colados murmuram frases românticas.
    Abraços.
        Amantes no máximo de sua ternura.
    Força.
        Suas veias estouram de tanta pressão.
    Calor.
        Corpos em transe jogados ao chão.
    Ação.
        Duas almas se amam, dois corpos, nús, se tocam.
    Volúpia.
        Voraz jogo de sentimentos perturba as emoções.
    Potência.
        Não há o que dizer, não há o que pensar.
    Sensações.
        É hora dos prazeres carnais, o amor em sua plenitude.
    Energia.
        A imensidão do prazer preenche o vácuo do espaço.
    Clímax.
        Do Céu ao Inferno em segundos.
    Gritos.
    Gemidos.
    Sussurros.
        Corpos quentes, lânguidos, rolam pelo chão.
    Êxtase.
    
    Silêncio...


Copyright © 1990, by João Carlos Mendes Luís